Pesquisar este blog

sexta-feira, 22 de abril de 2011

Suspense no estilo Hitchcock

É com o mesmo artifício de Alfred Hitchcock, seis décadas depois de Festim Diabólico, que Gustavo Hernández se dispõe a fazer um suspense num take só. Tudo parece ser um plano-sequência único, mas os momentos em que a câmera fecha em pontos escuros escondem cortes. Seria impossível, de qualquer forma, que A Casa Muda (La Casa Muda, 2010) transcorresse em tempo real - um único plano de 78 minutos não começa no crepúsculo e termina num amanhecer.

A trama começa no momento em que Laura (Florencia Colucci) chega com seu pai à casa do título, um isolado sobrado de fazenda no interior do Uruguai. Os dois foram contratados por um amigo do pai para reformar a casa. A ideia era dormir uma noite e começar o trabalho pela manhã, mas barulhos nos quartos de cima impedem Laura de dormir. Ela pede que o pai verifique - é a senha para o início do solitário pesadelo que a jovem enfrentará até o final.

Os recursos do diretor estreante são mínimos, e inicialmente contribuem com o suspense. Há iluminação baixa por toda a casa, que está com as janelas vedadas, e o único foco de luz expressivo é a lanterna que Laura carrega. A ideia é que o espectador dependa dos movimentos de Laura.

Esperamos então por esse lançamento uruguaio, que promete muitos sustos e calafrios nas salas de cinema. E que esse filme inspire outros diretores sul-americanos para que se começe a fazer outros longas do gênero por aqui. 

 
 

Nenhum comentário:

Postar um comentário